Thursday, June 30, 2016

"Raça" (Race)



"Raça" (Race), filme do diretor Stephen Hopkins, conta a história de Jesse Owens (Stephan James), que conquistou 4 medalhas de ouro nas Olimpíadas de 1936 em Berlim, quebrando com a tese nazista de que os arianos eram homens invencíveis e as demais raças inferiores.

Em paralelo, o filme retrata ainda o forte racismo existente nos Estados Unidos nos anos 1930, a política racista da Alemanha nazista e a ameaça de boicote norte-americano aos Jogos Olímpicos de 1936, organizados pelos germânicos, e também o trabalho da cineasta Leni Riefenstahl (Carice van Houten), que gravava o lendário documentário Olympia, pedido do ditador Adolf Hitler. Muita coisa foi tratada de forma rápida, mas seria impossível discutir e tentar mostrar tanta coisa em um filme de apenas duas horas. São anos e anos de história.

O drama e as questões raciais e políticas são aspectos muito abordados na trama, o que dá ainda mais peso pois todos os fatos - mesmo não sendo minuciosamente desenvolvidos - foram todos reais. O ator Stephan James foi uma ótima escolha para o papel do lendário velocista e, felizmente, todo o elenco secundário também funciona muito bem.

A trajetória de Jesse Owens, cujo intérprete Stephan James foi uma ótima escolha, começa quando ele entra na faculdade e começa a se desenvolver sob a supervisão do técnico Larry Snyder (Jason Sudeikis), que lhe dá apoio, apesar das políticas segregacionistas daquela época. A ida de Owens para as Olimpíadas chegou a ser ameaçada, devido a um boicote ao regime nazista, que afinal acabou não se concretizando.

As cenas das Olimpíadas e da reconstituição da Berlim são ótimas: desde as provas, os diálogos entre Avery Brundage (Jeremy Irons), representante olímpico norte-americano com os alemães - o problema é o personagem do ministro da propraganda alemão Joseph Goebbels, vivido por Barnaby Metschurat, e que ficou muito caricatural. Uma cena é tocante: acostumado aoi segregacionismo na América, Owens chega à Vila Olímpica e pergunta onde fica a área reservada aos negros e ouve de um alemão: "Aqui todos ficam juntos"...para espanto do atleta. Que ao voltar para casa é obrigado a entrar pelos fundos num restaurante aonde seria homenageado!!!!

Duração: 1h58min

Cotação: bom
Chico Izidro

Thursday, June 23, 2016

"Trago Comigo"



Em "Trago Comigo", dirigido por Tata Amaral, temos uma atuação de luxo do veterano Carlos Alberto Ricelli. Ele revive personagem da série homônima apresentada pela TV Cultura em 2009, o ex-guerrilheiro e agora diretor de teatro Telmo Marinicov.

No começo do filme, vemos Telmo dando um depoimento sobre os Anos de Chumbo no Brasil nos anos 1960. E quando questionado sobre uma de suas companheiras na luta armada contra a ditadura militar, ele se dá conta que não tem memórias claras sobre alguns eventos daquele período. Então decide encenar uma peça autobiográfica sobre aquela época. Vemos então a montagem do elenco. E "Trago Comigo" se torna muito interessante ao tocar neste ponto.

Afinal, os atores que vivem os guerrilheiros e militares não têm nenhuma identificação com àquela época. Eles não conseguem entender a motivação daqueles que pegaram em armas para lutar contra a ditadura. Em certo momento, um dos atores chama os guerrilheiros de ladrões. "Não, não, nós não eramos ladrões, eramos guerrilheiros. Nós não roubávamos, nós desapropriavamos o capital. Não pegavamos o dinheiro para comprar camisas e tênis de marcas, mas sim para comprarmos armas, investir na revolução", afirma Telmo. E não consegue se fazer compreendido. Isso evidencia como o povo brasileiro não se importa com a história.

"Trago Comigo” que se passa quase todo ele dentro de um teatro, mistura ainda depoimentos verdadeiros de pessoas que participaram e foram torturadas pelos militares. Um filme que se destaca por sua grande força dramática e histórica.

Duração: 1h24min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo"



Afonso Poyart, paulistano de 37 anos, conseguiu fazer um ótimo filme em esporte que sinceramente não gosto nem um pouco. Diretor do excelente "2 Coelhos" e do fraco "Presságios de Um Crime", ele filmou "Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo", que trata da vida do lutador de MMA, também conhecido como Vale Tudo.

O filme não apresenta nada que já não tenhamos visto antes, em dezenas de cinebiografias ou filmes de ficção (não científica). Lembra muito a trama de Rocky Balboa, que começou do nada até se transformar num ícone do esporte. Aqui José Aldo, vivido por José Loreto, é um garoto da periferia de Manaus, que desperdiça seus dias em trotes e farras pela cidade, ao lado dos amigos, e em casa tendo uma mãe compreensiva e paciente, vivida por Cláudia Ohana, e um pai alcoolatra, interpretado por Jackson Antunes. E o fantasma do pai persegue o personagem de José Aldo em todos os momentos de sua vida.

José Aldo sai de Manaus e tenta a vida no Rio de Janeiro, onde vai trabalhar numa academia de MMA gerenciada por Dedé Pederneiras (o ótimo Milhem Cortaz), que se tornaria seu treinador e empresário. Aos poucos e com teimosia, o lutador vai alcançando a glória e a fama, até se tornar campeão mundial. As cenas de lutas são muito bem filmadas e coreografadas - José Loreto treinou mais de um ano para viver o personagem-título. Os coadjuvantes também estão muito bem, com ótimas performances - indo de Rafinha Bastos, além dos já citados Jackson Antunes e Cláudia Ohana, e chegando a musa Cleo Pires, que vive Viviane, a mulher de José Aldo.

Enfim, um filme de roteiro bem elaborado, mesmo que não original, atuações ótimas e diálogos fortes. Parece que estamos de frente com uma superprodução hollywoodiana.


Duração: 1h55min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Independence Day: O Ressurgimento" (Independence Day: Resurgence)



Passados exatos 20 anos depois dos eventos do primeiro filme, "Independence Day: O Ressurgimento" (Independence Day: Resurgence), dirigido por Roland Emmerich, traz de novo os alienígenas invadindo a Terra.

No primeiro filme, o planeta era salvo por Will Smith e Bill Pullman. Os humanos aproveitaram e utilizaram a tecnologia dos ETS para construir bases na Lua e Saturno, além de armas e naves. Porém 20 anos depois, uma nave bem maior e letal ataca de novo a Terra. Para enfrentar o ataque, existe uma equipe formada pelo filho do personagem de Will Smith, Dylan Hiller (Jessie Usher) e Jake Morrison (Liam Hemsworth).

A presidente agora é Landford (Sela Ward). Tirando Will Smith, que ficou de fora por motivos orçamentários, o elenco do primeiro filme está todo lá, incluindo o agora aposentado presidente Whitmore (Bill Pullman), o cientista David Levinson (Jeff Goldblum) e seu pai Julius (Judd Hirsch).

Só que este filme não tem a mínima graça em relação ao seu antecessor. Temos aqui apenas incessantes ataques aéreos, explosões, tudo de uma maneira tão excessiva que cansa. Os efeitos especiais até são bons, mas nada que não tenhamos visto antes. E os erros de continuidade são grosseiros. Um filme sem carisma, assim como os seus personagens.


Duração: 2h

Cotação: ruim
Chico Izidro

“O Caseiro”



“O Caseiro”, dirigido por Julio Santi, é um filme de terror que não dá medo. Pior que isso só comédia que não faz a gente rir. Esta é uma obra que tenta seguir o lado psicológico, mas errando em todos os momentos. E nem mesmo os atores se salvam, apresentando atuações que beiram o amadorismo.

A trama segue o professor de psicologia Davi (Bruno Garcia, o sósia do jogador de futebol Fred), que recebe de uma aluna um pedido: a irmã dela sempre acorda machucada e parece estar sendo perseguida por um fantasma. O que Davi poderia fazer para descobrir o que realmente está acontecendo? Violência doméstica ou mesmo uma aparição sobrenatural?

A família da menina mora em um sítio retirado nas proximidades de São Paulo. Ao chegar no local Davi fica sabendo que cerca de 50 anos atrás o caseiro do sítio se matou ali. O filme porém tem o mérito de fugir dos clichês do gênero. Nada de portas se abrindo, rangidos, nem sombras passeando pela casa, por trás dos personagens.

Porém "O Caseiro" apresenta diálogos fracos, artificiais. As crianças parecem ter decorado o texto, e falam de uma maneira totalmente mecânica. E elas falam e saem correndo, falam e saem correndo...Bruno Garcia é, por sua vez, de uma inexpressividade atroz..

Enfim, uma história fraca, com enredo nada envolvente e atuações beirando a mediocridade.

Duração: 1h20min

Cotação: ruim
Chico Izidro

"Elvis e Nixon"



O tema de "Elvis e Nixon", dirigido pela cineasta Liza Johnson, é o encontro inusitado ocorrido em 21 de dezembro de 1970 entre o Rei do Rock Elvis Presley e então presidente dos Estados Unidos Richard Nixon. Como é mostrado no início do filme, nunca se soube o que foi conversado entre os dois, pois à época não houve registros sonoros da reunião, apenas uma foto entre as duas personalidades, hoje histórica.

A história começa com Elvis assistindo televisão em sua mansão Graceland. É uma época de profunda mudança cultural, política e racial no país. Então o astro do rock, com ideias conservadoras, teve a ideia de se encontrar com Richard Nixon, que no começo se mostra contrário ao pedido do astro. A primeira parte do filme foca na insistência de Elvis em fazer a reunião - o que mudaria de ideia após pedido dos seus assistentes, pois o encontro poderia mudar sua posição em relação a opinião pública.

Quando chega finalmente o encontro, o filme segue rumos mais divertidos, mostrando duas figuras quase hilárias e egocêntricas. E Nixon fica perplexo e admirado com Elvis, que não gostava dos Beatles, "pois eles foram aos Estados Unidos, ganharam dinheiro americano e quando voltaram para a Inglaterra, passaram a falar mal do país que tão bem os havia acolhido", nem dos Rolling Stones, nem de drogas, e muito menos de comunistas. O que desejava o astro do rock? Ele queria ser um espião do FBI, infiltrando-se nos grupos que considerava anti-americanos, para depois os delatar, e ainda receber a insígnia do órgão.

Interessante ainda é que os intérpretes dos dois personagens Michael Shannon e Kevin Spacey não se parecem nem um pouco com Elvis e Nixon. E nem é esta a intenção. Os dois atores repetem alguns trejeitos e tiques, o que funciona muito bem. Ainda mais quando notamos que o filme tira sarro de um dos maiores ídolos da cultura americana, sem nenhum medo. Finalizando, "Elvis e Nixon" é um retrato interessante de um momento histórico fundamental na história dos Estados Unidos.

Duração: 1h26min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

Doce Veneno (Un moment D'égarement)



"Doce Veneno (Un moment D'égarement)", direção de Jean François Richet, trata um pouco de choques de gerações. Na trama, os dois amigos de longa data Antoine (François Cluzet) e Laurent (Vincent Cassel) vão passar as férias na antiga propriedade do pai do primeiro. Junto com eles estão suas filhas, as adolescentes Louna (Lola Le Lann) e Marie (Alice Isaaz). As duas acham o local um tédio, pois ficam sem internet, sem tevê, e passam o tempo ouvindo música ao invés de conversar com seus pais.

Antoine, pai de Louna, quer controlar cada passo da garota, enquanto que Laurent é mais relaxado, deixando Marie sair todas as noites para as baladas. Até que uma certa noite, Laurent acaba seduzido por Louna na praia. O problema é que ela tem 17 anos e ele mais de 40. E a garota acredita estar apaixonada por ele, o seguindo sem parar por todos os cantos. Marie acaba desconfiando e se fecha para o pai e a amiga.


A trama poderia render mais, porém acaba se tornando entediante. Vincent Cassel, que é um bom ator, passa o tempo com uma cara de aparvalhado, enquanto que François Cluzet faz de seu personagem um ser histérico. A atuação da estreante Lola Le Lann não parece a de uma pessoa apaixonada, mas sim de alguém que está no cio. Falta sutileza a esta personagem.

Duração: 1h45min

Cotação: regular
Chico Izidro

Friday, June 17, 2016

"Um Doce Refúgio" (Comme un Avion)



"Um Doce Refúgio" (Comme un Avion), escrito, dirigido e interpretado pelo francês Bruno Podalydès, mostra o renascimento de um homem, que busca um sonho após chegar a meia-idade.

Na história, o retraído Michel (Bruno Podalydès), um artista gráfico que vive uma vida sossegada, mas meio sem graça com sua mulher Rachelle (Sandrine Kiberlain). Sua rotina é igual todos os dias, de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Mas ele adora aviões, sem ter a possibilidade de pilotar um. Até que um dia, durante um jogo no serviço, ele descobre que o caiaque tem a mesma engenharia de uma aeronave e acaba comprando um secretamente.


Michel passa os dias brincando com o caiaque, até que decide realizar uma viagem solitária. E nessa viagem ele vai se se abrir para o mundo, conhecendo novas pessoas e redescobrir o amor.

"Um Doce Refúgio" (Comme un Avion) traz, além do engraçado Bruno Podalydès, ótimos coadjuvantes, com destaque para Agnès Jaoui e Vimala Pons. O filme mostra ainda belaxs paisagens do interior francês. Tudo muito natural e eletrizante.

Duração: 1h45min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Marguerite"



Baseado em fatos reais, na vida de Florence Foster Jenkins, "Marguerite", dirigido por Xavier Giannoli, mostra a falta da noção do rídiculo. A história se passa na França, em 1920, e mostra a milionária Marguerite (Catherine Frot, excelente), apaixonada por ópera e que acredita ter uma voz excepcional. Ela costuma cantar para outros ricaços, que secretamente zombam dela, por causa da voz esganiçada.

Numa de suas apresentações, ela ganha elogios de um jornalista que só quer tirar uns trocados dela. Então passa a projetar uma grande apresentação pública, para desespero do marido Georges (André Marcon) e do fiel mordomo, Madelbos (Denis Mpunga). Georges sempre se esconde durante as cantorias da esposa, enquanto que Madelbos esconde da patroa as críticas negativas que aparecem na imprensa.

Ninguém do círculo de Marguerite é honesto com ela, dizendo-lhe que não canta nada. Todos temem a reação da milionária, que mesmo com a contratação de um professor de música, Atos Pezzini (Michel Fau), consegue evoluir.

Tudo é mostrado com muita ironia e graça. A direção de Xavier Giannoli é segura, com reconstituição de época primorosa. Os atores, principalmente Catherine Frot dão um show de interpretação.

Duração: 2h07min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Os Cowboys" (Les Cowboys)




"Os Cowboys" (Les Cowboys), direção de Thomas Bidegain, é um excelente drama, que mostra como a obsessão e a dúvida, incerteza, podem destruir uma família. A história mostra a família de Alain (o ótimo François Damiens), amante da cultura country americana, que costuma levar a mulher e os filhos a um encontro no leste francês onde outros amantes da música e da cultura americana costumam se reunir. Numa dessas reuniões, em 1994, sua filha Kelly desaparece.

Começa então uma busca incessante de Alain pela menina, que parece ter fugido com o namorado, um rapaz árabe. Os anos vão passando e o casamento de Alain se esvai, mas ele parece encontrar compreensão apenas no filho Kid (Finnegan Oldfield), que sacrifica sua adolescência, ajudando o pai a tentar encontrar a garota.

O clima do filme é tenso, e em determinado momento chega a um ponto que se assemelha muito com os tempos atuais, quando jovens francesas fogem para se unir aos militantes do Estado Islâmico. Só que estamos é no começo dos anos 2000, e a ação sai da França para ir ao Afeganistão dos Talibãs.

As atuações são ótimas, destacando em sua parte final o jovem Finnegan Oldfield. Um filme forte.

Duração: 1h44min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Flórida" (Floride)



Este é um filme sobre a velhice e o lado amargo dela. "Flórida" (Floride), dirigido por Philippe Le Guay, conta a história de Claude Lherminier (Jean Rochefort), um
industrial aposentado de 80 anos, que mora sozinho, recebendo a ajuda de diaristas.

O problema é que ele está perdendo a memória e se torna agressivo e as acusa de roubo. Quem sofre é sua filha Carole (Sandrine Kiberlain), que o substituiu na gestão da empresa e que tenta ajudá-lo ao máximo, mas o velho só pensa em outra filha, Sarah, que mora nos Estados Unidos, na Flórida, e que ele espera venha visitá-lo. Só que existe um pequeno problema. Sarah morreu em um acidente sete anos atrás, mas Claude não se recorda ou faz questão de apagar o fato.

"Flórida" (Floride) apresenta uma gama interessante de coadjuvantes, mas foca mesmo na boa atuação do veterano Jean Rochefort, que faz um personagem forte, com suas manias e obsessões. Já Sandrine Kiberlain apresenta um personagem forte, que não consegue se abalar com as palavras cruéis que saem da boca de seu velho pai, quase esclerosado. Um filme que mostra como a velhice pode ser dolorosa.

Duração: 1h50min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Um Amor à Altura" (Un Homme à La Hauteur)



"Um Amor à Altura" (Un Homme à La Hauteur), direção de Laurent Tirard (O Pequeno Nicolau), discute o preconceito em um relacionamento de uma forma diferenciada. No caso nada de religião, nada de raças. Mas sim no tamanho.

O romance une a advogada de tamanho normal, Diane (Virginie Efira), e o arquiteto quase anão Alexandre (Jean Dujardin). Os dois se conhecem de forma quase inusual, pois ela esquece o telefone em um restaurante. Ele encontra o aparelho e liga para a advogada para devolvê-lo, mas exige um encontro. Diane aceita e se surpreende quando aparece um cara de 1,36m à sua frente. Apesar da diferença de tamanho, os dois engatam um namoro.

No começo Diane meio que vacila e não apresenta o namorado para familiares e amigos. E ainda tem o ex-marido ciumento e controlador, que não consegue aceitar o fato de sua ex sair com um homem tão pequeno. Alexandre, apesar da pequena estatura, é um ser cativante, amigo de todos, mas sofrendo pela falta de amor, até conhecer Diane.

O roteiro consegue explorar bem a questão do preconceito - uma cena é emblemática, quando a mãe de Diane não consegue aceitar o fato da filha namorar um quase anão, chamando-o de deficiente, ao mesmo tempo que é casada com um surdo, que se irrita com a esposa por ela não ver o óbvio. Pena que no final a história caia no lugar comum, se assemelhando a duzentas comédias românticas produzidas em Hollywood.

Duração: 1h38min

Cotação: bom
Chico Izidro

"La Vanité"



Uma comédia de humor negro apresentando um tema não muito fácil, o suicídio assistido. "La Vanité", direção de Lionel Baier, traz uma dupla de ótimos atores, Patrick Lapp e a espanhola Carmen Maura, antigas musa dos filmes da Pedro Almodóvar.

Na história, David Miller (Patrick Lapp) tem um câncer terminal. E por isso procura uma entidade de assistência para suicídios. Sua morte acontecerá em um pequeno motel que ele construiu nos anos 1960, ao lado da mulher, já falecida. Quem o ajudará a passar para o outro mundo será a assistente Esperanza (Carmen Maura).

Enquanto relembra os momentos que passou no local e tenta se reconciliar com o filho, a quem rejeitou, David vai encontrando dificuldades em colocar seu plano em ação. Numa noite fria de inverno, próxima ao Natal, ele ainda faz amizade com um garoto de programa, Tréplev (Ivan Georgiev)
que atende seus clientes no quarto ao lado do seu.

O filme, apesar de tratar de um tema pesado, é cheio de humor e emoção. Os diálogos são excelentes e as situações apresentadas mostram o acerto do elenco, pequeno, mas excelente.

Duração: 1h15min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras" (Teenage Mutant Ninja Turtles: Out of the Shadows)



Eu estava com medo, mas acabe me surpreendendo. O diretor Dave Green conseguiu acertar o tom em "As Tartarugas Ninja: Fora das Sombras" (Teenage Mutant Ninja Turtles: Out of the Shadows), nova empreitada dos répteis que surgiram nos quadrinhos em 1984.

Na história, o quarteto de tartarugas formado por Michelangelo, Donatello, Leonardo e Raphael enfrenta uma ameaça global que planeja destruir Nova Iorque. Eles contam mais uma vez com a ajuda da bela repórter April O’Neil (Megan Fox) e do engraçadinho Vern Fenwick (Will Arnett). Agora também ganham o reforço do policial Casey Jones (Stephen Amell).

Os répteis também sonham, como antecipa o título, serem reconhecidos por seus feitos - eles vivem salvando Nova Iorque, mas não podem desfrutar das benesses por serem criaturas estranhas ao convívio humano.

A ameaça que eles enfrentam tem como protagonista o vilão Destruidor (Brian Tee), que se une ao extraterrestre Krang para destruir a cidade e o mundo. Ainda tem os dois capangas divertidos do Destruidor, Bebop (Gary Anthony Williams) e Rocksteady (WWE Superstar Stephen “Sheamus” Farrelly).

O filme acerta em trabalhar a personalidade de cada uma das tartarugas separadamente, mostrando suas qualidades e defeitos. Megan Fox também está mais desenvolta com sua personagem, que tem uma química fantástica com o policial vivido por Stephen Amell.

Uma boa diversão, com cenas de ação bem coreografadas e que não tem aquela velocidade que incomoda os olhos.

Duração: 1h 52min

Cotação: bom
Chico Izidro

“Como Eu Era Antes de Você” ( Me Before You)



“Como Eu Era Antes de Você” ( Me Before You) é baseado em romance escrito por Jojo Moyes e conta a história de amor entre Louisa (Emilia Clarke) e Will (Sam Claflin), e tem direção de Thea Sharrock. Mais um filme mela-cueca, para obter o choro fácil da audiência.

A trama apresenta aquele casal que no começo parece não ter nada em comum, até se apaixonar e descobrir que não será fácil ficar junto. Louisa é uma jovem pobre, mas sempre com um sorriso no rosto que chega a irritar. Ela vai trabalhar como cuidadora de Will, rapaz rico e que por causa de um acidente ficou tetraplégico.

No começo, Louisa tem dificuldades em lidar com o jovem, que se mostra irritadiço e grosseiro. Mas claro que aos poucos ela vai conquistando Will, com seu jeito otimista e roupas extravagantes, totalmente fora de moda. Só que Will não pretende permanecer atirado a uma cadeira de rodas - ele planeja viajar para a Suíça, onde se submeterá a um suicídio assistido. E a luta de Louisa será evitar isso.

A história segue o padrão romântico habitual, já usado em vários outros filmes do gênero. E os personagens são por demais estereotipados. Notem o namorado de Louisa, Patrick (Matthew Lewis, o Neville Longbottom da série Harry Potter), que só olha para o próprio umbigo, não dando atenção à garota, e praticamente a jogando nos braços de Will. Ou nos pais de Louisa, compreensivos e pacientes.

É tudo muito chato, fofo, que provoca desconforto. Além de lágrimas nos mais sensíveis, que já viram a mesma coisa dezenas de vezes e mais uma vez são enganados.


Duração: 1h50min

Cotação: ruim
Chico Izidro

"Viva a França" (En mai fais ce qu’il te plait)



A II Guerra Mundial não parece se esgotar nunca. E os franceses até hoje se parecem traumatizados pela invasão nazista na década de 1940. "Viva a França" (En mai fais ce qu’il te plait), direção de Christian Carion, revisita novamente a história.

Desta vez é mostrado o pavor dos habitantes de uma pequena cidade francesa que decidem abandonar suas casas ao saber que as tropas alemães estavam chegando, em maio de 1940. As pessoas, quase todas agricultoras, fogem em direção a Dieppe, lideradas por seu prefeito Paul (Olivier Gourmet).

Ao mesmo tempo, o alemão comunista que havia se refugiado na França quando da chegada de Hitler ao poder na Alemanha, Hans (August Diehl) tenta ao lado do soldado escocês Percy (Matthew Rhys) encontrar o filho Max (Joshio Marlon), que partiu junto dos moradores da cidadezinha.

Em "Suite Francesa" era mostrado como vivia uma aldeia invadida pelos nazistas. Agora em "Viva a França" se revela como os habitantes de uma aldeia se viraram pelas estradas francesas durante a chegada alemã. Como faziam para sobreviver, para se alimentar. As estradas na época foram tomadas por milhões de pessoas. Aqui apenas um retrato daqueles horríveis eventos, mostrados de forma competente e emocionante.


Duração: 1h54min

Cotação: bom
Chico Izidro

"Meu Rei" (Mon Roi)



Meu Rei (Mon Roi), direção de Maïwenn, é um filme que fala sobre as dificuldades de um relacionamento e o final dele. A história se passa em dois tempos, no passado e no presente, onde Tony (Emmanuelle Bercot) relembra o casamento que teve com Giorgio (Vincent Cassel). Tony está numa clínica de reabilitação para tratar uma lesão no joelho. E pensa no filho que teve com Giorgio, um homem envolvente, mas ao mesmo tempo obsessivo.

Os dois se conheceram e logo casaram. Ela uma advogada e ele um dono de restaurante. Giorgio queria desesperadamente um filho e é isso que Tony dá para ele. Afinal, Giorgio é um rei para ela. Um homem, que porém, está uma hora perto e outra distante dela. Já vimos esta história na vida real.

Quando as coisas chegam a um beco sem saída, Giorgio não aceita o final do relacionamento e fica até perigoso. Vincent Cassel tem a cara e o tipo físico ideal para interpretar o personagem intempestivo. Assim como Emmanuelle Bercot transmite com seu jeito meigo e carente, que sente alegrias e dores de uma mulher que se sente ao mesmo tempo amada e rejeitada.

Duração: 2h08min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"A Corte" (L’hermine)



Um filme francês quase todo passado dentro de um tribunal, durante um julgamento. "A Corte" (L’hermine), direção de Christian Vincent, tem como protagonista o ótimo ator Fabrice Luchini na pele do rigoroso juiz Michel Racine. Ele é um homem racional e sem muitas palavras. Observador, durante o julgamento de Martial Beclin (Victor Pontecorvo) sua vida vai se alterar.

O desempregado Martial é acusado de ter matado a filha de sete meses a chutes, mas se recusa a colaborar com o defensor, promotoria e o juiz. Parece estar defendendo a mulher, que mostra grandes sinais de depressão. Mas Michel vai encontrar no júri uma antiga paixão, a enfermeira dinamarquesa Ditte Lorensen-Coteret (Sidse Babett Knudsen), que vai despertar sentimentos antigos nele.

O filme tem diálogos fortes, principalmente entre Michel e Ditte. E também apresenta um julgamento igualmente forte, com boas atuações dos atores que interpretam as testemunhas do caso. E interessante ver como ocorre um julgamento na França.

Duração: 1h38min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Abril e o Mundo Extraordinário" (Avril et le monde truqué)



Esta animação "Abril e o Mundo Extraordinário" (Avril et le monde truqué), direção de Franck Ekinci e Christian Desmares, até começa bem, mas aos poucos vai se perdendo. A trama começa em 1870 na França em guerra com a Prússia e vai avançando, mas sem seguir a cronologia histórica real. E envolve o desaparecimento de cientistas.

Logo a trama pula paras 1941. E não existe II Guerra Mundial. A jovem Avril vive sem saber dos pais, dois cientistas que sumiram vinte anos antes. Ao lado de seu gato Darwin, que pode falar, e do jovem larápio Julius, a garota parte numa fuga da polícia, tentando descobrir o que houve com os seus pais. É até interessante a ideia de se mostrar a França sem a dominação nazista. Mas também o país é mostrado como atrasado, vivendo numa era pré-industrial.

Só que lá pelas tantas, aparecem uns lagartos falantes que tentam dominar o mundo. E tudo vira uma grande e confusa salada. A história fica chata e a gente fica torcendo para tudo acabar logo. Uma boa ideia desperdiçada.

Duração: 1h45min

Cotação: regular
Chico Izidro

"O Novato" (Le Nouveau)



Ser o garoto mais novo e vindo do interior não é fácil. Como se adaptar, se enturmar? É o que vive o adolescente Benoit (Réphaël Ghrenassia), em "O Novato" (Le Nouveau), direção de Rudi Rosenberg. O garoto chegou a Paris vindo de Le Havre, mas não consegue fazer amigos na nova escola. E quando tenta, acaba sofrendo com o bullying protagonizado pelos outros meninos, que debocham de seu jeito.

Benoit acaba se enturmando com os rejeitados, ao mesmo tempo que se apaixona pela colega sueca Johanna (Johanna Lindstedt), que só quer ser sua amiga, além do que passa a integrar a turma dos populares. Os amigos de Benoit são o gordinho desbocado Joshua (Joshua Raccah), o nerd que deseja montar um coral Constantin (Guillaume Cloud Roussel) e a menina com problemas físicos Aglaée (Géraldine Martineau).

Para tentar ser popular, Benoit acata a sugestão do tio Greg (Max Boublil) e fazer uma festa de arromba. Mas a festa será um fracasso. O jeito é fazer a gangue própria dos rejeitados.

"O Novato" (Le Nouveau) traz um retrato de como a vida de um adolescente pode e é difícil. Os atores estão excelentes, com destaque para Joshua e Aglaée. Outro ponto forte do filme é quando o tio de Benoit mostra como se deve fazer perante um ataque de bullying. Genial.

Duração: 1h20min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Agnus Dei" (Les Innocentes)




Forte drama que chega ao Brasil no momento que se discute os estupros coletivos protagonizados no Rio de Janeiro e também no Nordeste, "Agnus Dei" (Les Innocentes), dirigido por Anne Fontaine, é ambientado na Polônia, no final de 1945, ou seja meses após o final da II Guerra Mundial.

Baseado em fatos reais, mostra a jovem médica da Cruz Vermelha, Mathilde Beaulieu (Lou de Laâge) sendo chamada para ajudar freiras polonesas que vivem enclausuradas num convento. Só que elas têm um drama - várias foram estupradas por soldados alemães e russos e encontram-se grávidas. Mathilde tem de ajudá-las, além de esconder o fato das autoridades e população. A gravidez das freiras é algo impensável, mesmo elas não tendo culpa do ocorrido.

Lou de Laâge está ótima como a racional e ateista médica, que tem de lidar com o rigor religioso do ambiente - o filme é baseado nos diários de Mathilde, que morreria um ano depois. Outro personagem forte do filme é a Madre Superiora, vivida por Agata Kulesza. Uma mulher rigorosa, que acaba não sendo muito humanitária em relação aos bebês. Para ela, o que importa é manter as aparências.

Duração: 1h55min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"O Novato" (Le Nouveau)

"Lolo, o Filho da Minha Namorada" (Lolo)



Com direção da linda Julie Delpy, "Lolo, o Filho da Minha Namorada" (Lolo), promete, mas acaba sendo um filme fraco sobre a relação mãe e filho. Na trama, a produtora de moda Violette, a própria Julie Delpy, conhece o técnico em informática Jean René (Dany Boon), que vive modestamente no interior da França, mas que está de mudança para Paris. Os dois engatam um relacionamento.

Mas quem não gosta nada do namoro de Violette é seu filho, Eloi ou Lolo (Vincent Lacoste), garoto de 20 anos, mimado e obsessivo em relação a sua mãe - ele até lembra o personagem de Norman Bates do seriado Bates Motel, onde tenta afastar os pretendentes de sua mãe, pois ela deve ser só dele e nada mais. Lolo começa a sabotar Jean sem que o casal perceba. Afinal, Lolo é um verdadeiro psicopata, daqueles que as pessoas não imaginam de como pode ser perigoso.

O problema é que a trama é fraca e começa a se arrastar. A personagem Violette é estranha. Por vezes parece ser forte, mas mostra ao mesmo tempo tanta ingenuidade, principalmente em relação ao filho. O que salva é Jean, engraçado, tímido e ingênuo, que protagoniza as cenas divertidas, mas logo esquecíveis do longa.

Duração: 1h37min

Cotação: regular
Chico Izidro

"Chocolate" (Chocolat)



Não confundir com a bobagem protagonizada por Juliette Binoche e Johnny Depp em 2000. Este filme também intitulado "Chocolate" (Chocolat) é dirigido por Roschdy Zem e fala da vida circense e de racismo.

Ambientado no final do século XIX, conta a história do primeiro palhaço negro da França. Chocolate nasceu em Cuba, em 1868 e escapou para a França, onde vivia sem documentos e trabalhando num circo mambembe, onde fingia ser um canibal, até ser convidado pelo palhaço Footit para formar uma dupla cômica nos idos dos 1890.

A partir daí, eles fizeram sucesso e Chocolate, batizado Rafael Padilha, conheceu a fama, mas também o racismo. Jogador inveterado e mulherengo, atraiu tanto fãs quanto inimigos. Após conhecer um intelectual haitiano, Chocolate tomou conhecimento do preconceito e decidiu trabalhar sozinho, atuando na peça de Shakespeare "Otello". Ele morreu antes dos 50 anos, em 1917, vítima de tuberculose.

O carismático ator Omar Sy, de "Intocáveis" e "Samba" é quem dá vida a Chocolate, mostrando todo o seu talento. Outro grande destaque é a excelente atuação do ator suíço James Thierrée, neto de Charlie Chaplin, como o palhaço Footit. A direção de Roschdy Zem é muito competente e segura, recriando com perfeição a França da virada do século XIX para o XX.

Duração: 1h50min

Cotação: ótimo
Chico Izidro

"Um Belo Verão" (La Belle Saison)



A história de "Um Belo Verão" (La Belle Saison), dirigido por Catherine Corsini, se passa no começo dos anos 1970, na França, que vivia uma época convulsionada politicamente e onde as mulheres começavam a exigir os seus direitos.

É nesse turbilhão que vai se encontrar a jovem Delphine (Izïa Higelin), que vivia numa fazenda ajudando os pais na lida diária. Mas ela é lésbica e mantém escondidos os seus relacionamentos por causa do conservadorismo local. Decidida a mudar de vida, ela se muda para Paris, onde encontra um grupo de mulheres feministas. E entre elas está Carole (Cécile de France), heterossexual e casada. Mas entre elas surge um intenso amor.

Porém um tempo depois, Delphine é obrigada a retornar ao campo, pois seu pai sofreu um AVC e ela precisa ajudar a mãe na fazenda. Carole decide seguir a companheira, mas o clima entre elas muda, pois Delphine parece se preocupar mais com os afazeres da fazenda do que com o amor entre elas, além do que permanece escondendo o romance, para desilução de Carole.

O filme tem uma boa direção e uma bonita fotografia, e as atuações de Izïa Higelin e Cécile De France são ótimas, sendo que as duas apresentam uma boa quimica. Porém a trama que focava em boa parte dele nas mudanças sociais daquele período são deixados de lado, preocupando-se mais no relacionamento e nas DR entre as duas personagens, transformando-se apenas num romance convencional em seu final.

Duração: 1h45min

Cotação: bom
Chico Izidro

Wednesday, June 08, 2016

"Invocação do Mal 2" (The Conjuring 2)




Continuações de filmes de terror não costumam funcionar muito. Vide casos como "O Exorcista", "A Profecia", "Poltergeist", "A Hora do Espanto", entre outros, que acabaram indo para o buraco em suas sequências. Pois não é o caso de "Invocação do Mal", que tem em "Invocação do Mal 2" (The Conjuring 2), dirigido por James Wan, um ótimo sucessor, acho que até mais assustador do que sua primeira parte.

A trama, baseada em fatos reais, segue novamente o casal Ed e Lorraine Warren (vividos por Patrick Wilson e Vera Farmiga) e que realmente existiu, registrando eventos paranormais pelos Estados Unidos nos anos 1960 e 1970. O caso aqui mostrado ocorreu em Londres em 1977, conhecido como o Caso Enfield, onde uma família passou a ser atormentada por um espírito maligno, afetando principalmente a filha mais nova, Janet, então com 11 anos.

Além de lidar com os ataques agressivos do tal espirito, o casal ainda tem de tentar contornar especialistas que acreditam tudo ser pura farsa - no caso de Londres, a garota estaria tentando chamar a atenção, enquanto que a mãe, Peggy (Frances O'Connor) é acusada de querer se livrar da casa e obter uma melhor do governo.

O filme funciona muito bem em sua função de dar sustos e arrepios. Vera Farmiga, da série "Bates Motel" mergulha em seu personagem, apavorado pela possibilidade de poder perder o parceiro. Mas destaque mesmo é o elenco infantil, principalmente a garotinha Madison Wolfe, que interpreta a atormentada Janet. Ela dá um banho de interpretação. Outro destaque é a seleção musical, destacando vários clássicos dos anos setenta - apenas um adendo: a música London Calling, do The Clash, que toca não havia sido ainda escrita em 1977. Ela é de 1980. Mas são detalhes.

Duração: 2h14min

Cotação: ótimo
Chico Izidro